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sábado, 11 de julho de 2009

A falácia das Comissões de Inquérito

Nada que já não houvesse previsto. As comissões de inquérito, num Parlamento partidarizado até ao tutano, valem pelo que valem: nada.
Apure-se o que se apurar, o resultado será sempre o que a maioria entenda verter no Relatório conclusivo. Sobretudo, quando nele impera a força duma maioria absoluta.
Para me não repetir, repesco do meu Vouguinha original, o que sempre pensei da validade destas comissões, deixando a nota de que mais do que as ditas o que esta democracia exige, com urgência, é de gente séria e não de políticos corruptos ou que os protejam e branqueiem as suas vilanias.
Clama-se por transparência e honestidade, sob pena de chegarmos a um estado peculiar que possamos denominar de Democracia do Gamanço.


Quarta-feira, 14 de Janeiro de 2009

Ainda as Comissões de Inquérito

Não volto ao assunto para me vangloriar de ter razão antes do tempo. Muito menos para branquear a imagem e o mutismo do "arguido" Oliveira e Costa. Que, como por aqui defendi, nem tão pouco devia ser chamado ao Parlamento. Nem ele, nem o Procurador da República, nem outros envolvidos ou testemunhas do caso BPN, nas mãos da Justiça.
Venho, sim, reforçar a ideia da falácia e até da inconveniência das denominadas "comissões de inquérito" promovidas pela Assembleia da República. Sobretudo, quando colidem, ou concorrem, com as investigações que decorrem no âmbito dos Tribunais.
Se a nossa Democracia tem que ser enobrecida, mais do que ninguém, pelos políticos que nela são protagonistas, muito ela terá a ganhar se forem respeitados os campos de actuação das instituições do Estado. E o que vemos é a politização, e, em alguns casos, a partidarização da vida nacional, do funcionamento dos seus órgãos o que, desacreditando a democracia, oferece solo fértil para que germinem atropelos e desmandos de toda o ordem.
Volto a repetir o velho provérbio: Cada macaco no seu galho!
E a puxar acima o que, sobre o assunto, por aqui escrevi em 22 de Novembro de 2007, sublinhando as partes mais pertinentes para o caso:


Sábado, 22 de Novembro de 2008

Comissões de Inquérito

Dias Loureiro, na sua qualidade de Conselheiro de Estado, solicitou ser recebido na AR para se submeter a uma audição a propósito do caso BPN.

Enquanto alguns partidos com assento parlamentar tentaram viabilizar esse seu desiderato, a maioria socialista inviabilizou-o, alegando que a sua presença naquele órgão institucional seria considerada uma ingerência nos assuntos da Justiça.

O que, registo-o, até foi uma posição assertiva, considerando a justificação utilizada.

Espanta-me - ou nem tanto -, é a mesma bancada socialista no Hemiciclo a exigir a comparência do Procurador-Geral da República, precisamente para dar explicações sobre o mesmo caso escaldante, sabendo todos que, assim que o homem abrir a boca para falar do BPN, estará, ainda que sem intenção, a revelar pormenores da investigação. De contrário, só entrando mudo e sair calado!

E surgem as interrogações acerca dos motivos que levam o partido no poder a usar de dois pesos e duas medidas, mais depressa do que um macaco demora a coçar o rabo!

Incoerência? Uma agenda muito própria da bancada PS?

Só eles poderão responder.

A nós, o direito de desconfiar, mais uma vez, da bondade das decisões destes senhores absolutos do Parlamento.

Ainda relacionado com o caso BPN, admitindo, até, que o hajam feito com louváveis propósitos, veio o CDS propor a instauração dum inquérito parlamentar a este escândalo financeiro.

E o meu espanto, desta feita, não é tanto por qualquer incoerência. Apoia-se na convicção, que se foi sedimentando ao longo de muitos anos, de que os resultados palpáveis das comissões de inquérito, e foram muitas, empreendidas pela AR, na sua esmagadora maioria, mais não foram que pinhões chochos. Inócuas, logo inúteis.

Não esquecemos, ainda, "o Caso Sá Carneiro". Comissões sobre Comissões, centenas de audições, e tudo se foi arrastando, penosamente, ao longo dos anos sem que os eleitos tenham apresentado junto do povo que representam algum resultado concreto.

Já lá vai mais de um quarto de século desde o funesto acidente/crime e, a par da mortalha que cobriu aquele estadista e seus companheiros de infortúnio, um nebuloso manto de dúvidas e legítimas desconfianças continua a camuflar toda a verdade dos factos.

Sendo assim, a instituição Assembleia, mais não deve que deixar a instituição Justiça desenvolver, sem empecilhos inúteis ou ingerências embaraçosas, o seu trabalho de investigação e , sempre que for caso disso, de punição dos criminosos comprovados.

Compete à primeira, isso sim, prestigiar a Magistratura e, sobretudo, aprovar leis exequíveis, para que esta possa servir-se das ferramentas adequadas e não de diplomas absurdos e contraditórios que façam da legislação portuguesa uma autêntica floresta de enganos.

No caso BPN e em todos os que vierem a ser despoletados, muito especialmente nos de colarinho branco, que sejam os órgãos competentes, sem dúbias intromissões, a investigar a verdade dos factos, se por mais não for, para que não surjam as tão badaladas teorias da conspiração.

Ou melhor, e como bem diz o Povo: Cada macaco no seu galho!

B.A.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Ah, tu queres tourada?....


... Espera que o teu pai já vem da mina!

Esta "malícia" foi-me contada por um aljustrelense, em jeito de anedota, já lá vão uns anos, e pretendia retratar uma reprimenda de uma mãe a um dos filhos que acabava de fazer uma "maroteira".

O "nosso" Pinho, aquele mesmo que em 2006 havia "decretado" o fim da crise, da outra, a nossa bichinha de estimação; que numa visita oficial à China quis convencer os empresários de olhos em bico que o investimento em Portugal era apelativo em razão da mão-de-obra barata; que, em Bruxelas, ao mesmo tempo que 500 trabalhadores choravam o despedimento, garantia que a Delphi tinha criado 250 postos de trabalho; que, numa visita a Milão, perante a estupefacção dos industriais de calçado portugueses que o acompanhavam, se confessou um apaixonado pelos sapatos italianos e que, provocando Paulo Rangel, fez publicidade gratuita à Farinha Maizena, "encornichou" em pleno Parlamento.....e já lá vai.
Tarde, diga-se!
Outros, como o Ministro da Agricultura, o Malhador Santos Silva, o Ministro do Jamais, o Ministro da Justiça, a da Educação(?) não "encornicharam" e enchem o peito de oxigénio que lhes permita flutuarem até às Legislativas. Contra ventos e marés.....por mais furos que já tenham nos pneumáticos!...
Depois.......espero que acompanhem o Chefe na travessia do deserto que nos legaram.

E porque foi em resposta a uma observação sobre as Minas de Aljustrel que o ex da Economia pôs a pata na poça, ou melhor, os "cornichos" na cabeça, vou repescar o que escrevi no meu outro Vouguinha (o tal de que me fecharam as comportas), a propósito daquela simpática Vila alentejana:

Quarta-feira, 26 de Novembro de 2008

Os mineiros de Aljustrel....

....ou de como se fazem promessas que, à partida, não há certeza de serem cumpridas.
Para desolação e vil tristeza de quem sempre ganhou o pão, esburacando nos túneis das minas .....e nos socalcos da vida.
A pensar naquela vila e nas suas Gentes, com quem tive o prazer de privar durante um ano, fica um postal ilustrado daquela terra alentejana:





Lembrei-me, agora, que já em Maio no outro meu Vouguinha, havia escrito algo a propósito da "faena" que Sócrates fez com Zapatero na campanha para as europeias.
Teria sido nessa lides tauromáticas que Pinho se inspirou?

El microondas



Não gostei!
E não foi qualquer febrão nacionalista que me provocou, mais do que a vergonha, nojo do que vi e ouvi. E que fede!.
Até compreendendo que o homem anda em campanha, desde há muito.
Ainda não passou muito tempo que Sócrates, a propósito de estar presente num congresso ou magno encontro do seu partido, não compareceu a uma reunião europeia em que marcaram presença os lideres da União e em que se debatiam estratégias importantes para o combate conjunto à Crise.
O partido foi, então, um valor mais alto que os interesses do País.
Agora, numa fase conturbada, em que se espera empenhamento e disponibilidade absoluta para tratar dos assuntos inadiáveis com que nos debatemos, quando se pede a todos os portugueses que arregacem as mangas, enquanto vão apertando o cinto, eis que o Primeiro Ministro de Portugal, num mano a mano, muleta a ti, muleta a mim, resolve andar por Espanha, discursando em Portunhol, numa faena do Zapatero. Lide que só acaba em Coimbra, numa arena reduzida, suando as estopinhas, com o capote do hermano.
Gotejando suor pelos poros em transe, mais parecendo um frango acabado de sair do micro-ondas, provavelmente, o mesmo micro-ondas onde poderá ter queimado, em definitivo, as ambições políticas que, mais do que os interesses do País, o parecem mover e ser o seu empenhamento primeiro, desde sempre.
Quando os interesses partidários estão acima das preocupações do todo nacional e, sobretudo, quando se procura em Espanha o apoio que vai faltando no país que governa, por mim dir-lhe-ia que Portugal é aqui, ainda se não exilou!
Muito menos, em Espanha!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Sol sonhador!


Repesquei do meu outro Vouguinha (aquele em que me fecharam as comportas):

É só um, o Sol sonhador?

Para lá da sua força e fonte de vida, habituei-me, desde cedo, a descobrir naqueles raios brilhantes algo de mítico e tela se sonhos insondáveis.
Porém, são dois os momentos mais marcantes, o encantamento quase só explicável pela metafísica, na minha já velha memória de vida.
Quando, ainda hoje, assisto à alvorada festiva do Nascer do Sol, afasto as teias do tempo e subo ao Monte da Senhora do Castelo, alto e sobranceiro, com Vouzela aos pés e abraçando Lafões.
Recordo, então, tenros anos, quando, em grupos de jovens madrugadores, num determinado dia do ano, subia ao Monte, desde a vila, sorvendo, até ao alto, o cheiro fresco das acácias floridas e o discreto aroma do rosmaninho.
Lá ficávamos todos, por alguns minutos, sob a protecção da capelinha, aguardando que os primeiros fios de luz rasgassem os píncaros das montanhas distantes.
E ei-lo que chega, apressado e jovial, rompendo a orvalhada primaveril com um sorriso cúmplice, a despontar no horizonte, com uma sinfonia de cores, festejado pelos chilreios da passarada em alvoroço.
Era o clímax dos nossos sentidos jovens. Sentíamos o palpitar da vida no despontar daquele dia de tradição antiga.
Descíamos, depois, o monte em direcção à vila, já com o sol a elevar-se numa festa de luz.

Os anos passaram, tudo é feito de mudanças. Outras rotas, mas sempre o sol a intrometer-se, em surdina, mas com a mesma autoridade mítica, na minha existência já quase adulta.

Demasiado madrugador, aquele sol quente do Índico, raras vezes permitia assistir ao luminoso parto. Quando iniciava o dia, já aquela bola de fogo, irrequieta, tremelicava lá bem alto.
O encantamento da adolescência havia-se transferido com armas de sonhos, do Nascer para o Pôr-de-Sol, para o ocaso dos dias.
Ficava ali, estático, sentado no tronco do velho cajueiro, e deleitava-me com o recolher alaranjado do astro-rei. Via-o descer por entre os mangais, numas escadas de fios de ouro, por entre os ramos da mata frondosa.
E, quando se espalmava, em chamas dum vermelho vivo, no horizonte vasto, eram outros os aromas, os cheiros da terra, os silvos das aves, que não os do Nascer do Sol de outras épocas e de outras paragens.
Aqueles raios em chamas pairando nas nuvens altas e reflectindo-se numa manta alaranjada na pele fina e azul do oceano, transportavam-me a uma galeria de arte, numa mostra de quadros dos mais famosos pintores da Natureza Viva!
Mas, se aquele Nascer do Sol visto da Senhora do Castelo me apontava para futuro de vida, já aquele pôr-de-sol moçambicano, ainda que belo e exótico, me poderia, sem que o soubesse, transmitir a mensagem de que algo naquele Presente estava a caminho do fim.
E, no entanto, ambos os fenómenos, a tantas léguas de distância, me deixaram marcas de encantamento e me convenceram, definitivamente, que a Natureza como a Vida podem ser belas, quando as encararmos com todos os sentidos com que as divindades celestes nos dotaram. O sonho, incluído.
Mais: que o sol, correndo o mundo de lés-a-lés, é ele próprio, por direito, um eterno sonhador!

As mentes brilhantes

Já, em 2008, o Ministro Pinho havia "decretado" o fim da outra crise, a eterna. Veio, agora, o Ministro TS "decretar" o fim da internacional, a passageira.
Recordo-me, para adocicar a "coisa", que, salvo erro, nos anos cinquenta, Salazar decretou o fim das "casas de meninas" e, tal como os caracóis, cada vez há mais!
O que me parece, e este meu vaticínio será mais assertivo, é que a CRISE e o seu associado TGV não acabaram, ficam, tão só, adiados até às eleições!...
A crise, o TGV, o Aeroporto, a 3ª ponte, os casamentos gay, a compra da TVI, a avaliação da polémica dos professores....e outras medidas em banho maria, voltarão logo após as Legislativas, se tivermos o triste fado de sentar, mais uma vez, estas mentes brilhantes em São Bento!