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sábado, 1 de agosto de 2009

Eu quero-as ambas!



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Não resisto a este pitoresco preâmbulo, antes de abordar um tema bem mais sério e actual.
Contam-me, desde menino e moço, que nos anos cinquenta, numa aldeia do concelho vouzelense, um solteirão marceneiro, no fulgor hormonal dos seus vinte e poucos anos, ia arrastando a asa às moças casadoiras da terra.
Um dia, com laivos de escândalo social, numa sociedade comunitária e arreigada aos extremados costumes puritanos, a notícia espalhou-se como fogo de Verão: o Artur “fizera mal” a duas virgens do lugar.
O pároco da freguesia, como bom pastor e com a autoridade temporal que, ao tempo, era reconhecida aos representantes da Igreja, escolheu o fim da missa dominical para resolver o sacrilégio dum dos membros do seu rebanho. Chamou o Artur e as duas raparigas à sacristia e intimou o aturdido marceneiro:
- Artur, desonraste estas duas paroquianas. Para que Deus te alivie o castigo, terás que casar com uma delas. Escolhe!
O nosso Casanova, confuso, depois de um esgar embaraçado, ergueu os braços ao Céu e exclamou:
- Senhor Padre, EU QUERO-AS AMBAS!...
Quase meia dúzia de décadas após este bizarro episódio, parece ser mais vulgar e actual a dificuldade de opção, com mais acuidade quando estão em confronto cargos públicos de relevo.
Elisa Ferreira e Ana Gomes são os rostos mais evidentes e mediáticos desse apetite insaciável pelo que, numa imagem culinária, o nosso povo conhece por “tacho”, numa lógica de que, furando-se o maior, há sempre um mais pequeno para o petisco da ambição pessoal.
O Partido Socialista, registo-o com agrado, ainda que extemporaneamente, decidiu, perante a pressão eleitoralista e na linha do que o seu mais forte opositor já havia anunciado, que os seus candidatos às Legislativas não poderão ser, cumulativamente, pretendentes aos órgãos autárquicos.
Numa sociedade política de compadrio, arranjinhos e promiscuidade, as reacções adversas não se fizeram esperar, criando agitação e fracturas no seio do partido da rosa.
Só por si, razão bastante para que, neste País de jogo viciado, a política e os políticos possam recuperar alguma de toda a credibilidade perdida, mas, mais do que isso, as forças partidárias, devem ter a coragem de privilegiar o mérito e a honestidade, expurgando do seu seio não só os arrivistas do “tacho”, mas também, e sobretudo, as sinistras figuras da corrupção, dos negócio sujos e opacos.
Só assim almejaremos que o nosso regime político perca o estigma de “Democracia do Gamanço” e passemos a conviver com uma POLÍTICA de Transparência, Honra e Verdade e uma JUSTIÇA imparcial, célere e implacável.
Por estas duas últimas, também eu e, creio, toda a Sociedade Civil, responderemos:
- EU QUERO-AS AMBAS!