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quarta-feira, 3 de março de 2010

Paixões perigosas


Os benfiquistas perdoam e aplaudem a rispidez de algumas entradas de David Luís. Os sportinguistas perdoam e aplaudem as agressivas intervenções de João Pereira. Os dragões perdoam e aplaudem as agressões de Hulk...
Para benfiquistas, sportinguistas e dragões, o seu clube de coração é, inquestionavelmente, sempre o maior, sejam quais forem os resultados desportivos ou o comportamento dos seus jogadores.
Nada os retrai, desmotiva ou desanima. O que conta é a paixão, o amor incondicional ao emblema. Como se fosse uma religião, uma jihad de fé clubística.
Foi sempre assim e nada nos leva a pensar que, no mundo do futebol, alguma vez a razão se sobreponha à paixão.
Do que, convenhamos, pouco mal virá para o outro mundo, o real, aquele em que pulsa a vida de toda uma Sociedade.
Já é de maior preocupação esta moda alienante que vem emergindo de forma assustadora, por força da retórica gratuita e da demagogia sem vergonha, que faz dos cidadãos indefectíveis "adeptos" de partidos políticos em nome duma fé em que tudo se perdoa aos seus "jogadores", mesmo os actos e as medidas que os lesem enquanto destinatários duma apregoada democracia adulta!
Os dois fenómenos têm diferenças abissais, nos seus valores e nos campos onde se desenvolvem, mas é já notório que a paixão cega, a defesa a qualquer preço dos grupos partidários a que cada um aderiu, relaxa ou destrói o espírito crítico, em benefício duma parte política, mas em prejuízo da democracia e de toda a Nação.
Nesta, é perigoso apoiar e aplaudir tudo, em nome duma fé cega. Não estamos num jogo de amor à camisola!
Quando a paixão partidária desce ao patamar da clubística, é da liberdade de cada um de nós que estamos a abdicar e, pior, é comprometermos, de forma leviana e irreflectida, um rumo para o País, que prime pela Verdade, pela Justiça e pelo Progresso que almejamos para todos nós.
As amarras emotivas e incondicionais a partidos não podem, em nome da paixão, perdoar "rispidez", "agressões", mentiras e outros desmandos sem carácter de qualquer político, seja qual for a sua camisola partidária, para que se possa manter o respeito pelo Estado e por cada um de nós.
Para que nos sintamos homens livres e não autómatos de pensamento encarcerado!...