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terça-feira, 22 de abril de 2014

HONRA E DÓ

 É tema a que já não devia dar mais atenção. Que, o assunto, nem merecerá muita. Mas, ainda assim, em jeito de desabafo, vos vou dizendo que aquele denominado congresso "Revolução de Abril" que, bem à imagem da defunta "brigada do reumático", bem poderia ser apodado de "brigada do caruncho", me fez lembrar meia dúzia de "maduros" legionários que se juntavam lá pela minha aldeia de origem, aos Domingos, tecendo loas ao 28 de Maio de 1926, exibindo as medalhas, como certificado honroso da sua participação no Golpe, num outro, que eles nunca esqueceram e a que ficaram arreigados, sem que se hajam apercebido que os anos foram passando, que o Mundo já não era mais o mesmo, que o País tinha ideias novas, que, mesmo devagar, muito devagar, como as locomotivas dos comboios a vapor que lhes passavam perto, novas propostas, outros projectos, iam surgindo, Portugal já não era o mesmo.
E, tanto mais me lembrei, depois de passar os olhos por aqueles rostos do "congresso" abrilista, deste tempo que vivemos. Que, ainda que com conversa mais elaborada, com rugas mais disfarçadas, se me afigurou aqueloutro quadro velho. Surpresa, nenhuma, que não se alterou nem mote nem refrão, daquelas aves canoras, depenadas, mas, teimosamente, de bico afiado, a esquecerem-se que 40 anos é muito tempo; que, como dizia Gedeão, o Mundo pula e avança entre muitas mãos de outras crianças, que foram crescendo e agarrando o Mundo, que já não é o dos que não dão conta que ele corre célere, como as ideias, como as águas dum rio.
Honra lhes seja feita, que não lha retiro, que lhes não pesem as medalhas e louvores, a muitos daqueles rostos de Abril, lá presentes, que daquele quadro de conjunto, não me perguntem porquê, mas não o vi -  nem os ouvi -, sem ter dó!