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domingo, 7 de setembro de 2014

MOÇAMBIQUE 7 DE SETEMBRO DE 1974

Vejo, por aí e por aqui, muito pessoal a celebrar o 7 de Setembro, como se esse dia, o do Acordo assinado em Lusaca, segundo a vontade dos "heróis" de Lisboa, mas ao arrepio da vontade das populações de Moçambique, as mais interessadas no Futuro daquele território, e as reacções espontâneas que ele provocou e se seguiram, fossem um marco glorioso da Independência. Escribas, para quem, o descontentamento manifestado por largos sectores da vida moçambicana, de todas as cores e ideologias, com epicentro no RCM e em que se empenharam por fazer ouvir a sua voz, representantes de vários movimentos independentistas, mais tarde, cobardemente abatidos, não terá passado dum acto meramente reaccionáro.
A Independência, ninguém no seu perfeito juízo, a renegava ou tentaria impedir. Nem haveria outro caminho, mesmo para as mentes mais recalcitrantes e saudosistas do colonialismo. O que esteve em causa foram os vícios de forma, a roçar a traição, como ela foi precipitada, ao entregar Moçambique nas mãos dum partido armado, com inspiração em sistemas estranhos que nada tinham a ver com o sentir das gentes moçambicanas.
Os anos que se seguiram, comprovaram-no. Para desdita de muitos milhares, pretos e brancos, que se viram subjugados a um Poder que não escolheram, por vontade de gente estranha, alguma da qual nunca havia pisado aquele território, e que se dizia paladina da Democracia pluralista.
Que viva Moçambique independente, que o Povo daquela maravilhosa terra alcance e viva o progresso e seja feliz, que é o que, Hoje, importa, que a História deu os seus passos e não tem retorno, mas que, os que ora celebrem com tanto afã exibicionista a derrota dos que procuravam um Moçambique Livre de escolher o seu destino, ponham as mãos na consciência, que festejem a justa conquista dum novo País, mas que não construam cenários e frases ofensivas para quem se manifestou, então, contra a forma insana de que se revestiram os acontecimentos daquele 7 de Setembro e as décadas de sofrimento e tirania a que o Povo moçambicano foi sujeito!
Que se, ao terceiro dia, se ouviu a senha do "galo amanheceu", não vejo necessidade de andar por aí tanta gente a cantar de galo....ou a cacarejar!