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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

FOFINHOS DESPROTEGIDOS



Sei que a recuperação dos rendimentos das famílias não se consegue por um passe de mágica. Sei que a austeridade não acaba por decreto. Sei que a recuperação económica de um país endividado não ocorre num sacro estalar de dedos. Sei que, sem crescimento, não há margem para suprir todas as lacunas e emergências sociais, por graça ou varinha de condão.
Sei que que se não pode dar um passo maior que a perna sem que corramos o risco de tropeçar.
Sei mais, ainda......do pouco que sei!
O que eu não sei, não compreendo nem aceito é que, em nome dum populismo atroz, que faz dos portugueses um bando de iletrados, se lancem slogans demagógicos, fanfarronices que me insultam, mentiras que me enfurecem.
Propagandear que a austeridade acabou só porque sim, só porque um governo o proclama, já, só por si, é uma prática pouco séria e é criar um espectro de ilusão que não tem a mínima correspondência com a realidade.
Bradar aos sete ventos, em todos os fóruns e palanques institucionais que são "os mais desprotegidos" os beneficiários das medidas já aprovadas e nas que juram estarem na forja, é que já extravasa todos os limites e me parece politicamente desonesto.
Senão, debrucemo-nos sob as medidas mais profusamente recalcadas por tudo que é Media deste País, como as maiores bandeiras do actual poder:
A redução nos cortes da Sobretaxa beneficiam os mais necessitados, dizem.Contraponho: que sinete selou tal disparate, quando sabemos que mais de metade dos portugueses não pagam IRS, precisamente por não terem rendimentos para tal, esses, sim, os menos afortunados da nossa Sociedade?
A redução do IVA na Restauração: já todos ouvimos os propósitos dos empresários do ramo e das suas organizações associativas em não baixarem os preços das refeições, do que não é difícil deduzirmos que não são os clientes que beneficiarão dessa medida, mas os comerciantes que, por mais justiça que lhes assista, não serão propriamente "os mais desprotegidos".
A reposição dos salários dos funcionários públicos: reposição que, lembremo-nos, já havia sido iniciada, de forma parcelar, pelo anterior Governo, em 2015. Conhecendo a média salarial da Função Pública, que até vão passar a trabalhar menos horas, ninguém ousará invocar que esta é uma medida de que beneficiarão "os mais desprotegidos".
Por mim, vou continuar sentado, à espera que ao leme desta nau, que dizem prestes a adornar, de novo, naveguem bem, mal ou assim assim, no mínimo, estejam timoneiros que nos falem a verdade e não nos tomem por lorpas das papas e dos bolos!
Que, brincadeira tem hora e propaganda eleitoral, também! E, Política assim, é uma geringonça!